sábado, 7 de fevereiro de 2009

ESPECIAL: HÁ 2 MESES, O DESCENSO

No dia 07 de Dezembro de 2008, o Vasco sofria uma das derrotas mais amargas de sua história. Ao perder para a equipe do Vitória por 2 a 0 em São Januário, o Time da Colina passava pelo primeiro rebaixamento de sua história, esta que completara 110 anos na mesma temporada. Confira abaixo os principais motivos para o descenso cruzmaltino em 2008.

O começo: Romário e Alfredo Sampaio


O começo de 2008 no Vasco não foi dos melhores. Já na escolha da comissão técnica percebia-se que o ano não seria muito favorável aos torcedores do Vasco, não via quem não queria. Eurico Miranda bancou Romário como técnico, mesmo depois de o ídolo ter recusado a proposta de ser o comandante vascaíno. Porém, para "ajudá-lo" na árdua tarefa de comandar uma equipe fraca e sem grandes jogadores, trouxeram um experiente em Série B, parece que prevendo o final da temporada: Alfredo Sampaio. Enquanto as outras equipes faziam sua pré-temporada no Brasil, o Vasco foi desfrutar de aconchego e luxo em hotéis de Dubai, sem muito esforço físico, porque teriam que jogar. Com isso, os jogadores começaram o ano sem fôlego, propensos à contusões e sem moral, afinal, suaram para bater por 1 a 0 a fraquíssima seleção dos Emirados Árabes Unidos. Além não realização da pré-temporada, a Dubai Football Challenge nos concedeu uma derrota vergonhosa ao time do Hamburgo: 2 a 1, sendo o gol cruzmaltino anotado contra por um zagueiro alemão. Previa-se nuvens pretas nos céus cruzmaltinos, não via quem não queria.


Campeonato Estadual: pura ilusão

O Campeonato Estadual foi pura ilusão. Com vitórias esmagadoras e convincentes sobre os times pequenos, o elenco enganou os torcedores e a diretoria, que não se preocupou muito em contratar. O problema é que o Vasco não vencera sequer um clássico durante todo o campeonato e mostrava fragilidade quando encarava uma grande equipe, só não via quem não queria.

Na Taça Guanabara a classificação veio com certa facilidade, mesmo tendo perdido para o Botafogo, a chance de chegar não era tão remota. Na reestreia de Edmundo com a camisa do Vasco, na semi-final contra o Flamengo, derrota, muita desolação e a desclassificação.

Na Taça Rio a classificação veio com muita facilidade mas a vitória sobre um rival ainda não chegara. A derrota para o Flu e o empate com o Flamengo fizeram o Vasco ligar o alerta. Na semi-final, empate com o time das Laranjeiras em 1 a 1 e decisão nos pênaltis. O quinto e decisivo penal foi perdido pela jovem promessa, que depois viria a ser desperdiçada pela "nova diretoria", Pablo: Flu 5 x 4 Vasco.


Era o fim do Estadual, sem vitória sobre rival mas com a falsa ilusão de ter um time "competitivo".

Sai Alfredo Sampaio, entra Antônio Lopes


A mudança no Vasco já comprovava um certo desespero por parte da diretoria. Todos sabem que um clube que mantém o técnico colhe os frutos no futuro. Não foi o que fez o Vasco. Ao chamar o Delegado para comandar a equipe cruzmaltina, o Time da Colina assinou o comprovante de "desesperado". Todos sabiam: "Antônio Lopes? Não dá mais!" Só não via quem não queria. A falsa ilusão voltou a rondar São Januário e nos fez acreditar em um bom trabalho do treinador de 67 anos no Vasco. Falsa ilusão, bem falsa.

Copa do Brasil: a chance de salvar o ano

Depois da péssima participação no Estadual, o Vasco e boa parte dos vascaínos já sabiam que o penta campeonato brasileiro não chegaria à São Januário em 2008. É aí que entra a Copa do Brasil, solução para todos os problemas cruzmaltinos: a péssima "pré-temporada", o fracasso no Estadual e a possível campanha regular no Brasileirão. Se o Vasco vencesse a Copa do Brasil, o Brasileirão seria apenas para "cumprir tabela", como foi para o Sport Recife, o campeão.

Após passar por Itabaiana, Bragantino, Criciúma e Corinthians-AL, o Vasco encararia o seu primeiro chumbo grosso: Sport. O jogo de ida foi vergonhoso, com uma tática retranqueira de Antônio Lopes, o Vasco tomou dois gols no primeiro tempo e viu a vaga para a semi-final ficar mais distante. Porém, com o apoio da torcida que não desistiu do time, o Vasco, no finalzinho, com um gol de Edmundo, chegou aos 2 a 0 e levou a decisão para os pênaltis. Na estreia, Edmundo perdera o primeiro do ano. Contra o Sport, a situação não poderia se repetir. E se repetiu. Logo na primeira cobrança, Edmundo isolou a bola no Cristo Redentor e chutou longe as chances de o Vasco "salvar o ano". E agora?


Campeonato Brasileiro: o que esperar?


O mais lúcido torcedor cruzmaltino não esperava mais do que uma vaga na Copa Sul-Americana, já o mais iludido, sonhava com uma abocanhada vaga entre os quatro primeiros. Falsa ilusão, mais uma vez. O campeonato começou com derrota: Internacional 1 x 0 Vasco.

28.06.08 e 01.07.08: mudanças drásticas

Na primeira data, 26.06.08, Roberto Dinamite vencera a chapa de Eurico Miranda na eleição do Vasco e se tornava o Presidente do Club de Regatas Vasco da Gama: 140 a 103 para a chapa "Por amor ao Vasco".

Na segunda data, 01.07.08, a posse do presidente. O clube encontrava-se em 9° lugar no Campeonato Brasileiro e com um elenco fraco, porém com peças importantes para a disputa e para o "não-fracasso" no Brasileirão, como: Leandro Amaral, Jean, Morais e Edmundo, que, sem dúvida, davam uma certa força ao time comandado então por Antônio Lopes. Meses depois, Jean e Morais seriam liberados para o Catar e para o Corinthians, respectivamente, à "preço de banana" e até hoje deixam saudades no time que seria rebaixado em dezembro deste mesmo ano.


Campeonato Brasileiro: Sai Antônio Lopes, entra Tita


A primeira decisão tomada pela diretoria, após algumas derrotas de Antônio Lopes, foi a demissão do eterno Delegado e a chamada de Tita, ex-jogador e amigo particular de Roberto Dinamite, para comandar o cruzmaltino. Tita chegou animando, venceu a primeira fora de casa mas desapontou ao trazer os jogadores que ficaram conhecidos por "Tita's Soccer", esses, indicados pelo treinador em seu site, chegaram ao Vasco com indicação do "amigo do presidente". Salários pagos (ou não) em vão. Nenhum jogador foi utilizado.

Após derrotas e com a situação começando a ficar feia na tabela de classificação, beirando a zona do rebaixamento, a decisão da diretoria foi a de dar o braço a torcer e tirar o amigo Tita do comando. Talvez para o bem do Vasco ou então para o bem de Tita, que temia ser marcado pelo descenso de um grande clube e, assim, manchar sua curtíssima carreira para sempre.

Campeonato Brasileiro: Sai Tita, entra Renato Gaúcho


Renato Gaúcho chegou ao Vasco no começo de Setembro, com a missão de livrá-lo do rebaixamento. O presidente tentou como pode, trazendo Fernando e Baiano, figuras totalmente descabíveis com as das propostas da oposição, que prometiam uma "fila de investidores" no Vasco e jogadores "com condições de vestirem a camisa do Vasco".

Copa Sul-Americana: encômodo ou alívio?

A Copa Sul-Americana era uma icógnita: ou usaríamos o time titular, deixando assim, o Brasileirão de lado, ou então pouparíamos e usaríamos os reservas. Decisão acertada: usar os reservas. Na primeira partida, ainda com Tita no comando, o Vasco-reserva bateu o Palmeiras, o mesmo que vencera o cruzmaltino por 2 a 0 no Brasileirão, por 3 a 1 e sonhou com a classificação na competição internacional. Na partida de volta, em São Paulo, os 3 a 0 aplicados pelo Palestra foram o suficiente para eliminar as chances de título do Vasco em 2008. Foco agora só no Brasileirão.


Campeonato Brasileiro: Renato tentou


Renato Gaúcho trouxe ânimo novo à equipe e tentou de tudo quanto é jeito segurar o Vasco na Séria A do Brasileirão. Com depoimentos curiosos, o treinador sempre afirmava estar confiante na permanência do time de São Januário na elite. Após um começo horroroso, Renato começou a vencer e chegou à última partida do ano e do campeonato com chances de escapar. Remotas, mas exsitiam. Estava ali a esperança do torcedor que sonhou com alguma coisa de bom em 2008 desde o começo do jogo entre Hamburgo x Vasco, em Dubai.

Campeonato Brasileiro: o último capítulo do descenso


7 de Dezembro de 2008, Vasco x Vitória em São Januário. O Time da Colina precisava vencer e torcer contra Atlético-PR, Náutico e Figueirense para poder escapar do rebaixamento. O que aconteceu foi rigorosamente totalmente ao contrário. O Vasco perdeu, o Figueirense e Atlético-PR venceram e o Náutico empatou com o Santos.

O Vasco estava rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro pela primeira vez em sua história, abandonando a seleta lista dos "nunca rebaixados" que inclui o seu maior rival, Flamengo.




E agora? A culpa é de quem? Segundo a torcida, "a culpa é do Eurico". O torcedor ameaçando se jogar da marquise de São Januário mostrou ao Brasil a insatisfação, ou então a ilusão, falsa por sinal, de que a culpa seria da administração anterior. Assim, a cúpula atual "saiu por cima" e começou com suas promessas para 2009, engando (ou não) mais uma vez o torcedor, que sonha em ver em campo um time digno e que respeite as tradições e honre a camisa do centenário Club de Regatas Vasco da Gama!


2009: O Sentimento não pode parar!

Hoje, 7 de fevereiro de 2009, completam-se dois meses do descenso e a amargura do rebaixamento ainda não saiu da boca dos vascaínos. A dor, a aflição e o sentimento de tristeza assolam o coração dos verdadeiros cruzmaltinos, que sonham com um futuro mais nítido e com uma chance de um dia poder gritar novamente: "É CAMPEÃO!".

2009 começou bem, com uma pré-temporada decente e um começo de Estadual animador. Porém, não se iludam com falsas ilusões, o Vasco ainda tem que melhorar muito em 2009.

A mensagem que fica para os que carregam a cruz-de-malta no peito é: "O SENTIMENTO NÃO PODE PARAR!".


Saudações Vascaínas!

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